A biblioteca padrão de funções do Linux suporta Internacionalização e Localização segundo o padrão POSIX (Portable Operating System Interface). Trata-se de uma norma estabelecida pelo IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) para intercomunicação entre diferentes sistemas operativos. Existe também um padrão estabelecido pelo ANSI (American National Standards Institute) para a linguagem de programação C que permite escrever programas com suporte internacional.
Resumidamente, podemos dizer que as funções que tratam informações dependentes da língua ou do país podem ter seu comportamento modificado, bastando para tanto estabelecer algumas variáveis de ambiente. E que funções são essas? Podemos citar as de formatação de datas, valores monetários e mensagens de erro do sistema. Se você não sabe o que é uma variável de ambiente, sugiro que leia o manual com o comando
man environ
O padrão POSIX permite usar diversas variáveis de configuração, cada uma delas definindo o tratamento dado a um tipo de informação, a saber
Define regras para comparação entre caracteres no alfabeto local. Por exemplo, a letra `ã' deve ser tratada como idêntica ao `a' no Português quando ordenamos alfabeticamente.
Define regras para comparação entre caracteres maiúsculos e minúsculos. Se estivermos trabalhando com o código ASCII, sabemos que o código numérico de uma letra minúscula é 32 a mais do que a maiúscula correspondente, mas para uma letra acentuada esta regra não é válida!
Muda o comportamento das funções de formatação de valores monetários e permite descobrir, por exemplo, o símbolo da moeda local, ou se usa ponto ou vírgula como separador de milhares e de casas decimais.
Estabelece a língua em que as mensagens serão apresentadas e como é uma resposta afirmativa ou negativa (S/N).
Estabelece o comportamento das funções de leitura/escrita de valores numéricos permitindo, por exemplo que usemos a vírgula decimal.
Define a formatação de datas e horas.
Define de uma só vez todas as categorias. Se usarmos LC_ALL, não precisaremos definir nenhuma das outras, a não ser que queiramos um comportamento diferente para aquele ítem específico.
Define de uma só vez todas as categorias, se LC_ALL não estiver definida.
Também é usada pelo comando man
para compor os caminhos pelos quais
ele procurará as páginas do manual. Veja as observações a respeito desta
variável nas seções
Locale,
Locale e
Locale.
Maiores informações podem ser obtidas no manual do sistema com o comando
man 7 localeO `7' no comando anterior é necessário para evitar confusão com uma função homônima da linguagem Perl. Note que as configurações acima afetam, em princípio, apenas as funções disponíveis na biblioteca de funções da linguagem C. Na prática, todos os programas que rodam em Linux usam aquela biblioteca, mas o sistema operativo não provê, catálogos de mensagens em diversas línguas para todos os programas.
A identificação da língua e do local é feita por dois códigos de duas letras,
separados por um sinal ``_''. Se omitirmos o código de país, assume-se o país
padrão para a língua informada, mas deve haver um catálogo correspondente.
Deste modo, o código ``pt_PT'' significa Português de Portugal, enquanto
``pt_BR'' significa Português do Brasil. Escolher uma combinação língua/local
basta então colocar em seu arquivo /etc/profile
uma linha contendo
LC_ALL="pt_PT" export LC_ALLUsuários brasileiros devem usar ``pt_BR'' ao invés de ``pt_PT''. Teste o resultado com os comandos a seguir (
/inexistente
é o nome de um
arquivo que não existe):
echo ÁÉÍÓÚ | tr '[:upper:]' '[:lower:]' tar tf /inexistente ls -l / date cal 1 1999O resultado do primeiro deverá ser ``
áéíóú
''. Os comandos tar
e
ls
devem retornar mensagens em Português e cal
deve mostrar um
calendário de janeiro de 1999, com do se te qu qu se sá no cabeçalho dos
dias da semana.
Na distribuição Debian, certifique-se de ter instalado o pacote ``locales'',
que pertence ao grupo ``admin''. O nome do arquivo que contém o pacote (na
versão 2.0 da distribuição) é locales_2.0.7t-1.deb
e em meu CD
está no diretório debian/main/binary-i386/admin
.
Até meados de 1997 todas as distribuições de Linux usavam a mesma biblioteca libc, que estava na versão 5, desenvolvida a partir de uma versão mais antiga da libc do projeto GNU. Esta biblioteca possuia suporte muito limitado à internacionalização e normalmente nenhum dos catálogos de locais era incluído na distribuição, ficando o inglês como língua padrão.
A versão 6 da libc do Linux baseia-se na versão 2 da libc do projeto GNU. O suporte à internacionalização foi muito melhorado, além de incluir outros atributos que não interessam para os fins deste HOWTO. Se sua distribuição for a Debian versão 2, Red Hat versão 5 ou qualquer outra que use a nova libc, então não há mais nada a fazer além do descrito na seção anterior.
Mas se você usa uma distribuição ainda baseada na libc 5 (Slackware, Caldera
1.x ou uma versão mais antiga de Debian ou Red Hat) é preciso instalar a
coleção de locais. Não tente copiar a coleção de uma distribuição mais
recente, pois os formatos dos arquivos são incompatíveis. Pegue na página do
Portuguese HOWTO o arquivo locales-pt.tgz
. Para instalá-lo na
distribuição Slackware, basta (como usuário root) usar o comando
installpkg locales-pt.tgze para outras distribuições use o comando
tar xzf locales-pt.tgz -C /
Verifique se há dois subdiretórios do /usr/share/locale
chamados
pt_BR
e pt_PT
. Basta então configurar a variável de ambiente
LC_ALL, como já descrito.
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